Eu poderia ter sido o vento Ou ter tocado sua alma, Poderia ter vindo de dentro Pra te bulir, te fazer reagir, Poderia, talvez, Ter amado mais, Se amar mais fosse possível. Poderia ter sido o anjo esperado Ou o amor manhoso Que te tirasse dessa inércia, Desse estado doloroso. Mas sendo eu uma brisa, Tão longe, Sem as asas de um anjo, O que me sobra é o amor, Que, astucioso, Cheio de artimanhas, Possa talvez te devolver O sol de uma nova manhã.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Há a Palavra
Há a palavra
Embutida no vazio,
Castrada do sentido
E mergulhada
Na cegueira.
Há o gesto simples
De ternura
Na fé oca e dura,
Pérfida na dualidade
Dos jogadores.
Há o engano
E a artificialidade
No lirismo insonoro
Na composição
Intrigada de reticências.
Há as bocas abertas
De espanto,
A consternação aflita
E o prurido que morde
A face, no esconderijo.
E há a Palavra
Viva e capaz,
O verso perfeito
Que espera em silêncio
A sua hora…
Vera Sousa Silva
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário