domingo, 15 de novembro de 2009

SE ALGUÉM TE PROCURAR...


Com frio... É porque você tem o cobertor.
Com alegria... É porque você tem o sorriso acolhedor.
Com lágrimas... É porque você tem o conforto.
Com versos... É porque você tem a música.
Com dor... É porque você tem a possibilidade de aliviá-la.
Com palavras... É porque você tem a capacidade de ouvir.
Com fome... É porque você tem o alimento.
Com beijos... É porque você tem o mel.
Com dúvidas... É porque você o caminho.
Com orquestras... É porque você tem o estímulo.
Com fantasias... É porque você tem a realidade.
Com desespero... É porque você tem a Serenidade.
Com entusiasmo... É porque você tem o brilho.
Com segredos... É porque você tem a cumplicidade.
Com tumulto... É porque voce tem a paz de espírito.
Com confiança... É porque você tem a segurança.
Com medo... É porque você tem o AMOR!!!
Ninguém chega até VOCÊ por acaso...
Em "TUDO" há o propósito de Deus!
Inclusive em você estar lendo aqui, agora.
Afinal...
O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de
sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos.
Cada qual com seu talento.
(autor desconhecido).

SAUDADE E LEMBRANÇA.

Podem parecer sinônimos.
Idéia igual, mas diferente no sentir.
Lembrança é da Memória,
Saudade é da Alma.
Muitas lembranças, poucas saudades...
Lembranças surgem com um cheiro, uma
música, uma palavra...

Saudade surge sozinha, emerge do fundo
do peito onde é guardada com carinho.
Lembrança pode ser boa, mas quando não é,
pode-se afastá-la.
Convocando outra lembrança ou convocando
outro pensamento para o lugar, ligando a TV
ou lendo o jornal.

Saudade é sempre boa, mesmo quando dói
e não se apaga mesmo que outra pessoa tente
ocupar o lugar vazio.
Ela pode coexistir com um novo amor, sem
machucá-lo.

Lembrança é de algo real, de um lugar, de uma
época, uma pessoa.
Saudade pode ser do que não houve, de uma
possibilidade, de lábios jamais tocados.

Lembrança pode ser contada, medida, localizada,
e com algum esforço, pode até ser calculada com
uma fórmula matemática, ao gosto dos engenheiros.

Saudade é dos poetas, é pautadas em rimas e melodias;
vontade de ver outra pessoa, segundo os poetas, teria
outro nome, seria uma saudade com tempero, eu acho.

Lembrança pode ser sem som, pode não doer.
Saudade jamais é sem som.
Se ela não vier com música de fundo, a gente coloca,
só para ficar mais bonita, mais gostosa de sentir, para
preencher mais a alma vazia.

Lembrança vence a morte, mas conforma-se com a
ausência, respeita convenções.
Lembrança aceita o nosso comando, vai e volta quando
queremos.
Saudade é irreverente, independente e auto suficiente.


(Solange Gouvêa).

GOSTO DE VOCÊ.

Gosto de Gente assim...com a cabeça no lugar, de conteúdo interno
idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.

Gosto de gente que ri, chora, se emociona com um telefonema, uma canção
suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de carinho, um abraço, um
afago.

Gente que ama e curte saudade, gosta de amigos, cultiva flores, ama os animais.
Admira paisagens, poeira e chuva.

Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir ternuras,
compartilhar vivências e dar espaço para as emoções que fluem naturalmente
de dentro de seu ser!

Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de compromissos difíceis
e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.

Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e quer sempre aprender
mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de um analfabeto.

Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos.
Com muito amor dentro de si.

Gente que erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os golpes,
tirando lições dos erros e fazendo redentoras suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito de gente assim... como VOCÊ!
E desconfio que é deste tipo de gente que Deus
também gosta!


(Artur da Távola).

CERTEZAS.

Não quero alguém que morra por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira
estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero
apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem
de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é
saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampado em meu rosto,
mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem
ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a
absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim, quando
fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras,
alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos
bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente
importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca
cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter
forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem
humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será
outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei
êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo
de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer
a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar
com terceiros...
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que
valeu a pena.


(Mário Quintana).

QUEM EU SOU?

Querem saber como vivo?
Lhes direi...

Vivo do vento que me mantém
lúcida e acordada para que eu
não adormeça na caminhada.

Vivo do mar que me limpa do
cansaço da luta e me recompõe
para que eu continue.

Vivo das cores que me ensinam
os remédios e os alimentos para
que eu sobreviva forte para
trabalhar.

Vivo da riqueza do meu melhor
esforço, meu amor.
Planto-o por onde passo, não perco
nem mesmo a terra de um vaso
quebrado, pois ali a semente germina.

E sou feliz assim.
Sou simples, pois preciso de pouco.
Sou calma, pois aprendi a esperar.

Tudo vem.
E o campo arado e adubado produz
coisas melhores, que valem a pena
ser preservadas.

Falo pouco, pois optei por grandes
ocupações, como um trabalho
escolhido de ouvir e por isso não
me sobra tempo para as palavras.

Penso muito, mas corretamente.
Desejo só o necessário, ocupo pouco
espaço e por isso não sofro por possuir.
Sou feliz, sou abençoada, sou reconfortada
e apreciada.

Querem saber quem sou eu já que sabem
como vivo?

Eu sou "A PAZ".


(autor desconhecido).

VOCÊ NASCEU PARA VENCER.

Você veio para vencer as adversidades
e os desafios da vida.
Você já nasceu Vencedor!
Lembre-se que dentre milhões de sementes
Você foi aquela que vingou.

Acredite que ninguém é tratado com
privilégios pela Vida:
Ela trata a todos de modo igual e estamos
todos sob as mesmas leis.

São nossos pensamentos e a força
que neles colocamos
que fazem tudo acontecer.

Pensemos no sucesso e ele virá.
Pensemos na saúde e ela se manisfetará.
Acreditamos no Bem e ele sempre se
mostrará.
Nada é impossível onde existe a Fé!

Deus fala dentro de nós, embora quase
sempre acreditemos que ELE fala do lado
"de fora".
Toda vez que nos sufocamos com mágoas,
ressentimentos e pensamentos negativos,
estamos ordenando a ELE que se cale.

Deixemos Deus libertado dentro de nós
e todos os milagres acontecerão!
Basta-nos entrar pela ÚNICA porta que
nos leva a ELE:
A do nosso próprio coração!


(Silvia Schmidt).

A PAZ QUE TRAGO EM MEU PEITO.

A paz que trago hoje em meu peito é diferente da
paz que sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter
paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em
silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma
decepção.

Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é
resultado do entendimento de algumas lições impor-
tantes que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na
esperança, na confiança, na fé...

Ter paz é ter a consciência tranquila, é ter certeza de
que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter
serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que veêm e boca
que diz palavras que constroem.

Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos,
ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos
verdes que em suas águas se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos
agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.

Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer "não" quando
é não que se quer dizer...
Ter paz é ter coragem de chorar ou sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...
Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas,
as carências...

A paz que trago hoje em meu peito...
É a tranquilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar
as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos...
É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.

É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter
lucidez para distinguir uma coisa da outra...
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por causa
disso.
A paz que trago hoje em meu peito é a confiança Naquele que criou e governa o
mundo...

A certeza da convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas
tiver oferecido.
Deus te conceda a verdadeira PAZ!!!


(autor desconhecido).

O AMOR ANTIGO.


O amor antigo vive de si mesmo,
Não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
Mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
Feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
E por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
Aquilo que foi grande e deslumbrante,
E a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperanças
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
E resplandece no seu canto obscuro,
Tanto mais velho quanto mais amor.
(Carlos Drummond de Andrade).

AMAI-VOS...

Amai-vos uns aos outros,
mas não façais do amor um grilhão.

Que haja, antes, um mar ondulante
entre as praias de vossa alma.

Enchei a taça um do outro,
mas não bebais da mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro,
mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos,
e sede alegres, mas deixai
cada um de vós estar sozinho.

Assim como as cordas da lira são
separadas e, no entanto,
vibram na mesma harmonia.

Dai vosso coração,
mas não o confieis
à guarda um do outro.

Pois somente a mão da vida
pode conter vosso coração.

E viveis juntos,
mas não aconchegueis
demasiadamente.

Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.

E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro.


(Gibran Kahlil Gibran).

AMO.

Amo os campos verdejantes
mesclados com as cores
das mil e uma flores
que a natureza semeou.

Amo o capim molhado
que a noite enserenou.

Amo o rio de águas cantantes
Amo a cascata murmurante,
véu de espuma que de cima despencou.

Amo o mistério das matas
com as matizes do verde
que Deus lhe ofertou.

Amo o ruído do vento
que, balança os verdes ramos,
num aceno de despedida
a algo que além ficou.

Amo a chuva que despenca
pra banhar a natureza,
retirar as impurezas
que a poluição deixou.

Amo o brilho do sol,
Amo as estrelas e a lua,
Amo o azul do céu,
Amo o verde do mar.

Amo as claras manhãs,
Amo as tardes ensolaradas.
Amo os ruídos da noite
e o silêncio das madrugadas.

Amo o mundo, amo a vida
porque viver é sonhar.
Amo tudo que da vida recebi.

Amo até mesmo a saudade,
que traz de volta à memória
um tempo que já vivi.


(Vyrena).

SE MEU CORAÇÃO FALASSE...

Se meu coração falasse
Diria da ventura suprema de
Estar envolto em amor.

Se meu coração falasse
Diria quanto dói a saudade de
Um ex-amor.

Se meu coração falasse
Diria quanto pesa a angústia
de Uma injustiça.

Se meu coração falasse
Seria o melhor poeta,
Diria da beleza de uma rosa,
De paz de um sorriso infantil,
De graça de um beija-flor.

Se meu coração falasse
Provavelmente seria um arauto
Da parceria, um profeta,
Ensinando-nos o Paraíso.
Um seresteiro, um poeta, um
Trovador!

Se meu coração falasse
Certamente cantaria doces
canções exaltando os casais,
Conversaria em linguagem
Própria com os animais,
Diria versos às flores,
Faria dueto com as águas do
rio a correr. Diria carinhos ao
Sol e às Três Marias.

Se precisasse da escrita para se
Comunicar, escreveria colorido,
Talvez em vermelho paixão
Ou em prata que pegaria das
noites de luar.

E quem disse que ele não
Arranjou um jeito de falar?
Diz amo você com meu olhar
Entoa ternuras quando me
Ponho a cantar
Reveste-me de verdade crua
quando estou a poetar.

Pena que sua voz é baixinha
E nem todos podem ouvi-lo!
Só os amantes possuem o
poder de escutar a doce e meiga
voz do coração...
Privilégio dos amantes,
então...


(Magda Almodóvar).

AMOR NÃO É FILOSOFIA.

Amor não é filosofia,
É exercício de vida,
É construção cotidiana,
Semeadura e colheita,
Resignação e atitude.
Permanente doação.

Amor não é filosofia.
Amor é dividir,
multiplicando.
Acolher o alheio
em nosso íntimo...
Amor é labor,
É como regar as flores...
Semear a messe...
Colher as rosas...

Amor não é filosofia,
É quimica agindo...
Física aplicada...
Matemática dos seres,
linguagem de beijos,
Geografia de corpos,
História de vidas.

Amor não é filosofia.
É vida conjugada,
Experiência dividida,
Prazer multiplicado
(Amor nem sempre é riso
Mas, também nem sempre é dor).

Amor é o divino no humano,
O infinito no efêmero.
Amor é a iniciação
À eternidade.
Ilumine-se:
Exercite o amor
todos os dias.


(Vaine Darde).

COMUNHÃO DE ALMAS.

Nossos olhos se encontraram...
neles encontramos nosso caminho.
E neste diálogo mudo,
Nos aproximamos e seguimos juntos
Nosso destino...

Nascemos para caminhar assim,
encontrando corações aflitos e sofredores,
mas, procurando compartilhar
nossa felicidade aos que vivem
sem paz, sem amor.

Deus nos deu o dom do amor verdadeiro.
Não precisamos de palavras para entender
que o preço de ser feliz é fazer o bem aos
outros sem nada exigir.

A busca e a jornada são pesadas,
Mas temos as mãos de Deus, segurando
as nossas.
Porque com as mãos unidas
Acendemos a chama do amor
em outros corações sem vida.


(Rayma lima).

TE AMO.


Não te amo como se fosses rosa de
sal, topázio ou flecha de cravos que
propaga o fogo:
te amo como se amam certas coisas
obscuras, secretamente, entre a
sombra e a alma.

Te amo como a planta
que não floresce e leva dentro de si,
oculta, a luz daquelas flores, e graças
a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como,
nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas
nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de
outra maneira, senão assim deste modo
em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu
peito é minha, tão perto que se fecham
seus olhos com meu sonho.


(Pablo Neruda).

PERDI O TEMOR.

Perdi o temor à chuva
E assim ganhei o frescor da água.

Perdi o temor ao vento
E assim ganhei o seu cantar nos fios.

Perdi o temor ao silêncio
E assim ganhei momentos de paz.

Perdi o temor ao julgamento dos outros
E assim ganhei caminhos mais
abertos de liberdade.

Perdi o temor de investir tempo
"em coisas sem importância"
E assim ganhei entardeceres, estrelas,
pedaços de luar, águas rebrilhando ao sol,
retalhos de canções...

Perdi o temor de dar-me integralmente,
temendo sofrimentos e cicatrizes
E assim ganhei a bendita multiplicação
do meu tempo.

Perdi o temor de expor-me
E assim ganhei mais confiança no que sou
e no que podem ser as pessoas.

Perdi o apego às coisas materiais
E assim ganhei a alegria da simplicidade.

Perdi o temor à competição
E assim ganhei o sabor das vitórias e os
ensinamentos das derrotas.

Perdi o temor de desbravar caminhos
desconhecidos.
E assim ganhei novas visões, novos horizontes,
novos amigos.

Perdi o temor de dizer minhas verdades
frontalmente
E assim ganhei aqueles que a mim eram
sinceros e leais.

Perdi o medo do dia de amanhã
E assim ganhei o hoje!

Perdi o temor mórbido do
"por que não fiz"?
E assim ganhei o mais pensar
para melhor fazer.

Perdi a esperança estúpida das minhas
"verdades únicas"
E assim aprendi a ouvir os outros.

Liberei a força dos meus braços para os
abraços fraternos e plenos de carinho
E assim senti multiplicado o imenso e
doce poder do amor.

Perdi o temor da morte
E assim...
Ganhei a VIDA!


(Agnaldo Guimarães).

SONHAR.

Mesmo que o sorriso não te pertença,
mesmo que os abraços não sejam para você.
Vale a pena sonhar.

Mesmo que o olhar não venha em sua direção,
e não importa se aquele trejeito não é para você.
Vale a pena sonhar.

Se aquela poesia romântica não foi feita para você,
se a música cantada ou tocada não foi direcionada
a você.
Vale a pena sonhar.

Se as lágrimas que descem naquele rosto macio e
perfeito não são por sua causa e, se a fragrância
ou o suspirar profundo não são para você.
Vale a pena sonhar.

Sonhar em toda plenitude
Sonhar até que a lua não esteja
mais no firmamento sonhar.
Até que o perfume das rosas
deixem de serem exalados.
Vale a pena sonhar.

Sonhe... Sonhe que vale a
pena sonhar.


(autor desconhecido).

ATRAVÉS DO CAMINHO.

Impossível atravessar a vida sem que um
trabalho saia mal feito, sem que uma amizade
cause decepção, sem padecer com alguma doença,
sem que um amor nos abandone, sem que ninguém
da familia morra, sem que a gente se engane em um
negócio.

Esse é o custo de viver.
O importante não é o que acontece, mas, como você reage.
Você cresce...
Quando não perde a esperança, nem diminui a vontade,
nem perde a fé.
Quando aceita a realidade e tem orgulho de vivê-la.
Quando aceita seu destino, mas tem garra para mudá-lo.
Quando aceita o que deixa para trás, construindo o que tem
pela frente e planejando o que está por vir.

Cresce quando supera, se valoriza e sabe dar frutos.
Cresce quando abre caminho, assimila experiências...
E semeia raízes...
Cresce quando se impõe metas,
Sem se importar com comentários, nem julgamentos
quando dá exemplos, sem se importar com o desdém,
quando você cumpre com seu trabalho..

Cresce quando é forte de caráter, sustentado por sua
formação, sensível por temperamento...
E humano por nascimento!
Cresce quando enfrenta o inverno mesmo que perca
as folhas, colhe flores mesmo que tenham espinhos e
marca o caminho mesmo que se levante o pó.

Cresce quando é capaz de lidar com resíduos de ilusões,
é capaz de perfumar-se com flores...
E se elevar por amor!
Cresce ajudando a seus semelhantes, conhecendo a si mesmo
e dando à vida, mais do que recebe.
E assim se cresce...


(Suzana Carizza).

O SILÊNCIO DA ALMA.

Lembre-se: os silêncios mantêm os
segredos, portanto, o som mais doce é o som
do silêncio.
Essa é a canção da alma. Alguns
escutam o silêncio na oração, outros
cantam a canção em seu trabalho,
alguns procuram os segredos na
contemplação tranqüila.
Quando se alcança a maestria, os sons
do mundo se apagam, as distrações se
aquietam.

Toda a vida se transforma em
meditação.
Tudo na vida é uma meditação na qual
se pode contemplar o Divino e vivendo
dessa forma, aprendemos que tudo na
vida é bênção.
Já não há luta, nem dor, nem
preocupação. Só há experiência.
Respira em cada flor, voa com cada
pássaro, encontra beleza e sabedoria
em tudo, já que a sabedoria está em
todos os lugares onde se forma a
beleza. E a beleza se forma em todas as
partes, não há que procurá-la, porque
ela virá a ti.

Quando ages nesse estado, transformas
tudo o que fazes numa meditação e
assim, num dom, num oferecimento de
ti para tua alma e de tua alma para o
Todo.
Ao lavar os pratos desfruta do calor da
água que acaricia tuas mãos.
Ao preparar a ceia sinta o amor do
universo que te trouxe esse alimento e,
como um presente teu ao preparar essa
comida, derrama nela todo o amor de
teu ser.
Ao respirar, respira longa e
profundamente, respira lenta e
suavemente, respira a suave e doce
simplicidade da vida, tão plena de
energia, tão plena de amor.

É amor de Deus o que estás respirando.
Respira profundamente e poderás
senti-lo.
Respira muito, muito profundamente e
o amor te fará chorar de alegria.
Porque conheceste teu Deus e teu Deus
te presenteou com tua alma.
Faz da tua vida e de todos os
acontecimentos uma meditação.

Caminha na vigília, não adormecido.
Move-te com a perfeição, não sem ela e
não te detenhas na dúvida nem no
temor, tampouco na culpa ou na auto-
recriminação.
Vive no esplendor permanente, com a
certeza de que és muito amado.
Sempre és Um com Deus, Sempre és
bem-vindo à casa.
Porque teu lar é Meu coração e o Meu é
o teu.
Somos tudo o que é, tudo o que foi e
tudo o que será.

(Neale Donald Walsch).

ONDE FOI PARAR O TEMPO?


Onde foi parar o tempo que ganhamos?

Havia mais terrenos baldios. E menos canais de
televisão.
E mais cachorros vadios. E menos carros na rua.
Havia carroças na rua. E carroceiros fazendo o pregão
dos legumes.
E mascates batendo de porta em porta.
E mendigos pedindo pão velho.
Por que os mendigos não pedem mais pão velho?
A Velha do Saco assustava as crianças. O saco era de
estopa.
Não havia sacos plásticos, levávamos sacolas de palha
para o supermercado.
E cascos vazios para trocar por garrafas cheias.
Refrigerante era caro. Só tomávamos no fim de semana.
As latas de cerveja eram de lata mesmo, não eram de
alumínio.
Leite vinha num saco. Ou então o leiteiro entregava em
casa,
em garrafas de vidro.
Cozinhava-se com banha de porco.
Toda dona-de-casa tinha uma lata de banha debaixo da
pia.
O barbeador era de metal, e a lâmina era trocada de vez
em quando.
Mas só a lâmina.
As camas tinham suporte para mosquiteiro.
As casas tinham quintais. Os quintais tinham sempre
uma laranjeira,
ou uma pereira, ou um pessegueiro. Comíamos fruta no
pé.
Minha vó tinha fogão a lenha. E compotas caseiras
abarrotando a despensa. E chimia de abóbora, e uvada, e
pão de casa.
Meu pai tinha um amigo que fumava palheiro.
Era comum fumar palheiro na cidade;
tinha-se mais tempo para picar fumo.
Fumo vinha em rolo e cheirava bem.
O café passava pelo coador de pano.
As ruas cheiravam a café. Chaleira apitava.
O que há com as chaleiras de hoje que não apitam?
As lojas de discos vendiam long plays e fitas K7.
Supimpa era ter um três-em-um:
toca-disco, toca-fita e rádio AM (não havia FM).
Dizia-se 'supimpa', que significa 'bacana'.
Pois é, dizia-se 'bacana', saca?
Os telefones tinham disco. Discava-se para alguém.
Depois, punha-se o aparelho no gancho.
Telefone tinha gancho. E fio.
Se o seu filho estivesse no quarto dele e você no seu
escritório,
você dava um berro pra chamar o guri,
em vez de mandar um e-mail
ou um recado pelo MSN.
Estou falando de outro milênio, é verdade.
Mas o século passado foi ontem!
Isso tudo acontecia há apenas 20 ou 25 anos,
não mais do que o espaço de uma geração.
A vida ficou muito melhor.
Tudo era mais demorado, mais difícil, mais trabalhoso.
Então por que engolimos o almoço?
Então por que estamos sempre atrasados?
Então por que ninguém mais bota cadeiras na calçada?
Alguém pode me explicar onde foi parar o tempo que
ganhamos?

(Marcelo Canellas).

QUANDO OS AMANTES DORMEM.

Quando as pessoas se amam e
querem se amar, selam um pacto:
dormir juntos.

E quando se fala em "dormir juntos" o
sentido é duplo:

Significa primeiro amar acordado
em plena vigília da carne, mas,
depois, na lassidão do pós-gozo,
à deriva, dormindo talvez.

Na verdade, os amantes, quando
são amantes mesmo, mesmo
enquanto dormem se amam.

Agora ouço esses versos de Aragón
cantados por Ferrat:
"Durante o tempo que você quizer
Nós dormiremos juntos".

E penso. É um projeto de vida, dormir juntos, continuadamente.
A mesma ambiguidade: dormir/amar
juntos, dormir/acordar juntos, ou
então, dormir/morrer de amor juntos.

Deve ser por causa disto que os franceses chamam o orgasmo de
"pequena morte".

Deve ser por isto que os amantes julgam poder continuar amando
mesmo através da morte, como Inês de Castro e D.Pedro, que foram
sepultados um diante do outro, para que no dia do reencontro um
seja o primeiro que o outro veja.

Amor: um projeto de vida, um projeto
de morte.

Se numa noite dessas o vento da insônia soprar em suas frestas, repare no
corpo dormindo despojado ao seu lado.
Ver o outro dormir é negócio de muita responsabilidade.

Mais que ver as águas de um rio
represado gerando uma usina de sonhos,
é ver uma semente na noite pedindo um guardião.

Pode ser banal, mas é isto: amar é ser
o guardião do sonho alheio.
Os surrealistas diziam: o poeta enquanto dorme trabalha.
Pois os amantes enquanto dormem, se amam.

Se amam inconscientemente, quando
seus desejos enlaçam raízes e seivas.

O pé de um toca o pé do outro, a mão espalmada corre sobre o lençol
e toca o corpo alheio e, dormindo, se abraçam animados.
Quando isso ocorre, pode ter vários significados.
Talvez um tenha lançado um apelo
silencioso ao outro:
"Ajude-me a atravessar esse sonho",
ou: "Venha, sonhe esse sonho comigo",
é bonito demais".

E o outro, às vezes sem se mexer,
parte em seu socorro.
É que certos sonhos, sobretudo os de
quem ama, não cabem num só corpo.

Transbordam os poros da noite e
pedem cumplicidade.
E se há um pesadelo, aí um se agarra
ao tronco do outro na crispação
do instante, e o corpo do parceiro é
bóia na escuridão.

Por isto, no ritual do casamento,
quando o sacerdote indaga se os que
se amam sabem que terão que se
socorrer na saúde e na doença, na
opulência e na miséria etc...

Deveria se inserir um tópico a mais
e advertir:
...Amar é ser cúmplice do sonho alheio.
Passar a metade da vida dormindo ao
lado do outro.

Há pessoas que vivem 25 anos -
bodas de prata,
50 anos - bodas de ouro, 75 anos -
bodas de diamante;
Ao lado do outro, e não sabem com
que o outro sonha.

E há quem passe uma tarde, uma
noite ou uma temporada ao lado de
um corpo e sabe seus sonhos
para sempre.

Engana-se quem escuta o silêncio
no quarto dos que amam.
Estranhos rumores percorre o
sono alheio.
Não é o rugir do tigre pelas brenhas.
Não é o bater das ondas na enseada.
Nem os pássaros perfurando
a madrugada.

São os sonhos dos amantes em plena elaboração.
E se numa noite dessas o vento da
insônia de novo soprar em suas frestas,
olhe pela janela os muitos apartamentos
onde pulsam dormindo os amorosos.

Quando se compra um apartamento novo,
nas alturas, alguns compram lunetas e ficam
vasculhando a vida alheia.
Mas para ouvir o ruido dos sonhos
basta abrir os ouvidos na escuridão.
Os sonhos pulsam na madrugada.

Era uma vez um chinês que toda vez
que sonhava com sua amada
acordava perfumado.

Deve ser por isso que, ainda hoje,
o quarto dos amantes amanhece
com um perfume de almíscar, lavanda
e alfazema.

E é comum achar troféus dos sonhos
ao pé da cama de quem ama.
Quando se abre a pálpebra do dia,
aí pode-se ver um unicórnio de ouro
e uma coroa de rubis.

À noite os sonhos dos amantes
se cristalizam e de dias se liguefazem
em beijos e lágrimas.

Quem ama diz boa-noite como quem abre/fecha a porta de um jardim.
Não apenas como quem vigia, mas como quem vai para a colheita.
Quando se ama, acontece de um
habitar o sonho do outro,
e fecundá-lo.



( Affonso Romano de Sant Anna).