Eu poderia ter sido o vento Ou ter tocado sua alma, Poderia ter vindo de dentro Pra te bulir, te fazer reagir, Poderia, talvez, Ter amado mais, Se amar mais fosse possível. Poderia ter sido o anjo esperado Ou o amor manhoso Que te tirasse dessa inércia, Desse estado doloroso. Mas sendo eu uma brisa, Tão longe, Sem as asas de um anjo, O que me sobra é o amor, Que, astucioso, Cheio de artimanhas, Possa talvez te devolver O sol de uma nova manhã.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Se tu viesses ver-me…
Se tu viesses ver-me…
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…
Florbela Espanca
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário