quarta-feira, 1 de julho de 2009

100 Anos de ilusão…





Percorro um caminho de terra fria
Penhascos, a loucura do voo ostentam
Sem asas és apenas um ser pobre
Que estas pedras os pés atormentam

Um passo de cada vez
Mil e muitos na inconstante procura
Onde moram os esquecidos?
Numa cidade inventada, a Desventura?

Ribeiro de ausentes águas
Uma sede que seca o sentir
Um gesto preso a nuas mãos
Uma vontade que impede o partir

Mil caminhos
Esta viagem sem velas nem vento
Este barco na bolina das ondas
Esta chuva miúda transborda sentimento

Amarras prendem o gesto
Arrocham um coração que bate incerto
Uma gaivota retoca as penas com espuma
Levanta voo em rumo concreto

Uma flor não morre
Adormece apenas no abandono da Primavera
Uma alma reluz com o nascer de nova aurora
Um coração bate forte na doce espera

Pensamento de difusas formas
Olhos na procura inventada
Braços famintos do abraço
Corpo frio de mal-amada

Cabelos dançando no vento
Pés na procura de esquecido rumo
Chuva de contradição perversa



O castigo de um sol alinhado a prumo

Luz prisioneira da sombra
Ribeiro correndo ao contrário
Folha ausenta da árvore
Pedra falsa de relicário

Coração pulsante
Coração arrochado pela mágoa
Coração que embala a vida dos sonhos
Coração perdido nas águas de uma Lagoa

Assim é o teu, assim és tu
Rainha coroada pela solidão
O tempo parou em teu olhar
Tatuou em teu peito…100 Anos de ilusão…


PUBLICADA POR O PROFETA

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