Eu poderia ter sido o vento Ou ter tocado sua alma, Poderia ter vindo de dentro Pra te bulir, te fazer reagir, Poderia, talvez, Ter amado mais, Se amar mais fosse possível. Poderia ter sido o anjo esperado Ou o amor manhoso Que te tirasse dessa inércia, Desse estado doloroso. Mas sendo eu uma brisa, Tão longe, Sem as asas de um anjo, O que me sobra é o amor, Que, astucioso, Cheio de artimanhas, Possa talvez te devolver O sol de uma nova manhã.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
ALMA NAVEGANTE
Leme, velas, bússola
O alucinante tombo de furiosa vaga
A deriva aprisiona o pensamento
Este mar sobe ao céu, a vontade galga
As tábuas que te sustentam
Neste navegar de dor
Foram sacrifício de humilde árvore
Testemunha de um beijo de amor
Tatuados dois corações
Pela mão de apaixonado amante
Uma flecha atravessa os dois
Outorga uma jura de doce instante
Este vento foi tomado pela loucura
Este vento cava nas ondas a tempestade
Uma gaivota plana no seu abraço
Uma alma reza na procura da eternidade
Um golfinho salta, voa
Um búzio é tocado pelo vento
Uma andorinha-do-mar sacode as penas
Uma sereia solta um feiticeiro lamento
Um areal morno acolheu
Teus passos ávidos da chegada
Caminhas na procura das marcas
De uma espera desencontrada
Calmaria!
A bonança reivindicou o Sol no celeste
Uniram-se os pedaços de rasgada vela
Tua alma retomou o sonho adiante
O sortilégio mora entre o princípio e fim
Da tempestade dos teus anseios
A quietude assalta os teus sentidos
Entrega à noite os teus maiores receios
Mas a manhã a tua vontade assalta
Teu olhar fixa um inventado instante
Solta as amarras deste teu peito inquieto
És filha do Mar…Alma Navegante…
PUBLICADA POR O PROFETA
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