domingo, 15 de novembro de 2009

TE AMO.


Não te amo como se fosses rosa de
sal, topázio ou flecha de cravos que
propaga o fogo:
te amo como se amam certas coisas
obscuras, secretamente, entre a
sombra e a alma.

Te amo como a planta
que não floresce e leva dentro de si,
oculta, a luz daquelas flores, e graças
a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como,
nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas
nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de
outra maneira, senão assim deste modo
em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu
peito é minha, tão perto que se fecham
seus olhos com meu sonho.


(Pablo Neruda).

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